Uma carta de liberdade: Como saí de um casamento abusivo

Olá

Meu nome é Regina, tenho 53 anos, e hoje escrevo esta carta com um misto de alívio, gratidão e esperança. Se você me perguntasse alguns anos atrás se eu me imaginava vivendo a vida que tenho hoje, eu provavelmente diria que não. Na época, eu estava presa em um casamento que sugava minha energia, minha identidade e minha vontade de viver.

O abuso que eu sofria não era evidente para todos. Meu marido não me batia, mas ele me destruía de outras formas: com palavras, silêncio e olhares de desprezo. Ele me fazia acreditar que eu não era suficiente, que sem ele eu não conseguiria nada. Durante anos, aceitei isso como uma verdade. Achava que estava sendo exigente demais, que a culpa era minha. Mas, no fundo, eu sabia que algo estava errado.

Eu vivia com medo. Medo de decepcioná-lo, de ser abandonada, de encarar o mundo lá fora sozinha. Ele controlava desde as minhas finanças até as minhas amizades. Eu me via cada vez mais isolada e perdida, sem conseguir enxergar uma saída.

Foi então que encontrei ajuda. Encontrei a Psicanalista Kelly Cristina no Google, um dia pesquisando sobre relacionamentos abusivos, então foi o primeiro ato de coragem que tive em muito tempo. Entrei em contato com ela e marquei uma sessão. Confesso que, no começo, eu não acreditava que poderia mudar. Mas, aos poucos, fui entendendo o ciclo de abuso em que eu estava presa. Com a orientação certa, comecei a enxergar que o problema não era eu, mas a dinâmica doentia que ele havia criado.

Lembro de uma frase que ela me disse: “Você tem o direito de ser feliz e de viver com liberdade.” Aquilo mexeu comigo. Comecei a resgatar partes de mim que estavam escondidas havia anos. Redescobri minhas paixões, meus sonhos e, principalmente, minha voz.

Não foi fácil sair desse casamento. Houve momentos em que me questionei se estava fazendo a coisa certa. Mas a cada sessão de terapia, eu me sentia mais forte, mais confiante. Aprendi a colocar limites, a não aceitar menos do que mereço e, acima de tudo, a me amar, cada sessão era um renovo para minha alma.

Hoje, estou livre. Livre para ser quem eu realmente sou, para viver sem medo e para construir relações saudáveis. Tenho planos para o futuro que antes pareciam impossíveis. Quero viajar, aprender coisas novas e, quem sabe, inspirar outras mulheres que estão passando pelo que eu passei. Sei que ainda tenho muito a trabalhar em mim mesma, mas agora encaro isso com entusiasmo, não com desespero.

Se você que está lendo esta carta se identificou com alguma parte da minha história, eu quero te dizer algo: você não está sozinha. Há uma saída, e você é capaz de encontrá-la. Procurar ajuda foi o passo mais importante que dei, e eu incentivo você a fazer o mesmo. Eu tive uma psicanalista incrível que me ajudou a transformar minha vida, e sei que ela pode ajudar você também.

Acredite em você. Há uma vida linda esperando por você do outro lado do abuso. Eu sou a prova viva disso.

Com carinho e esperança,
Regina